Voluntariado… Porquê?

Voluntariado… Porquê?


A Teresa e eu fizemos esta entrevista com a ajuda da tecnologia, já que ela não está a viver em Lisboa. Ela voltou para Portugal apenas duas semanas antes do nosso encontro e, como tal, a sua experiência de voluntariado estava ainda bastante presente na sua mente e com motivação para ser partilhada connosco. 

O que te inspirou a tornares-te uma voluntária CES? 

É uma oportunidade muito boa para fazer algo bom pela comunidade, e por ti mesma também. A minha maior motivação foi que eu queria aprender algo diferente do que tinha estudado, que foi engenharia ambiental. É uma área muito específica, e eu queria experimentar alguma coisa relacionada com a educação e ter contacto com estudantes. Vi esta oportunidade em França, achei que era fantástica e candidatei-me. 

Porque é que escolheste o voluntariado de longa duração? 

Inicialmente estava a pensar em fazer um voluntariado de curta duração, mas depois apercebi-me que o tempo voa demasiado depressa. Se queria realmente explorar o país, a cultura, aprender a língua, então tinha de ficar mais tempo. 

O que fizeste em França durante o teu voluntariado? 

Na escola onde eu estava a fazer o meu voluntariado os estudantes aprendem Inglês ou Espanhol, e no final do ano vão para a Irlanda ou para Espanha fazer um estágio. Então eles decidiram ter voluntários na escola que falassem inglês ou espanhol e que pudessem ajudar os estudantes a aprender e praticar essas línguas depois do horário escolar. Eu ajudei-os maioritariamente com a fala, porque este é o processo de aprendizagem que os estudantes não desenvolvem suficientemente durante as aulas de línguas. No geral, eu era uma assistente do professor de Inglês. 

Do que gostaste mais? 

Eu acho que das pessoas que lá conheci. Não só os professores – os estudantes e os locais também. Estava numa aldeia bastante pequena, portanto era uma comunidade pequena, maioritariamente com pessoas idosas. Estava com um pouco de receio que eles não gostassem de mim, ou que não quisessem falar comigo por ser estrangeira. Mas! A comunidade foi tão acolhedora e fizeram-se sentir parte da sua microsociedade. 

Tiveste algum projeto pessoal? 

Antes da quarentena tinha algumas ideias, e mesmo antes do COVID chegar comecei a pensar nelas mais seriamente, pois já estava em França há quatro meses. Queria fazer alguma coisa sobre engenharia ambiental com os estudantes, como uma pequena aula depois da escola. Infelizmente, devido à quarentena não o pude concretizar. 

O que sentiste falta de Portugal? 

A comida. A culinária portuguesa é tão boa, e há alguns pratos que são impossíveis de cozinhar em França. O meu favorito é Bacalhau à Brás, e eu estava ansiosa por comer isto novamente. 

Que tipo de impacto é que o voluntariado teve na tua vida? 

Aprendi bastante sobre adolescentes – como os abordar no ensino, e também como me relacionar com eles no geral. Aprendi muito sobre outros países através de pessoas naturais desses lugares. Acho que foram as pessoas que tiveram um maior impacto em mim. Acima de tudo, o voluntariado abriu os meus horizontes.